O fato de que há uma superpopulação de animais domésticos perambulando pelas ruas é incontestável. Em qualquer lugar que andemos é notória a presença de cães e gatos sem lar.
Em busca de uma saída rápida para evitar danos à saúde pública, as autoridades recorrem a uma solução tecnicamente equivocada e eticamente injustificável: o extermínio dos animais recolhidos das ruas. Às vezes, estes animais têm saúde plena, são mortos pela falta de consciência, por parte do poder público, de que existem outros meios — menos sofridos e mais éticos — de prevenção. Essa prática arcaica dos Centros ou Departamentos de Controle de Zoonoses das cidades ignora os dados estatísticos que provam que o extermínio de cães e gatos não resolve o problema da superpopulação e não impede que outros nasçam.
Felinos se reproduzem de 3 em 3 meses, e o caninos de 6 em 6 meses.
Em seis anos, uma cadela e seus descendentes podem gerar cerca de 60.000 filhotes — estimativa que aumenta muito quando se trata de gatos.
Cães e gatos que vivem nas ruas são acometidos por doenças graves e fatais de suas espécies (que seriam evitadas pela vacinação adequada), passam fome e frio, sofrem ou causam atropelamentos e acidentes de carro.
Quando saem às ruas para "dar uma voltinha", estão sujeitos aos mesmos perigos. Há doenças de cães e gatos que não são evitadas pelas vacinas e são difíceis e onerosas de cuidar, quando não são fatais.
Portanto, o lugar de cães e gatos não é nas ruas; é dentro de nossas casas: guardados, amados, cuidados e protegidos dos perigos.
ANTICONCEPCIONAIS - Muitos tutores utilizam anticoncepcionais em seu animal, acreditando ser um método mais barato e menos sofrido. Entretanto, mal sabem o perigo que estão trazendo para eles. Anticoncepcionais trazem efeitos colaterais muito fortes, e são os principais causadores do aparecimento de tumores e doenças como diabetes e infecção uterina.
A falta de informação e educação em "Guarda Responsável" sobre os benefícios da cirurgia mantém os preconceitos sobre a castração, que é a única solução definitiva para o bem-estar de cães e gatos, machos e fêmeas.
CIRURGIA DE ESTERILIZAÇÃO EM CÃES E GATOS
PROCEDIMENTOS
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BENEFÍCIOS
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FÊMEAS
| Retirada dos ovários, tubas uterinas e útero |
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MACHOS
| Retirada dos testículos |
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AMBOS
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Quanto mais precocemente for feita a esterilização do animal, maior a garantia de todos os benefícios elencados no quadro. A cirurgia de castração pode e deve ser feita antes da idade adulta (antes do amadurecimento dos hormônios sexuais) — a partir dos três meses de idade.
Todos animais recebem anestesia anteriormente à operação, portanto não sentem qualquer tipo de dor. Os cuidados com o pré-operatório exigem apenas algumas horas de jejum. Os cuidados com o pós-operatório são essenciais para o sucesso da cirurgia: deve-se dar os medicamentos prescritos pelo veterinário, além de seguir todos os passos indicados por ele.
Os benefícios da castração são muitos, entretanto ela ainda é um tabu na nossa sociedade. Urge que façamos o possível para divulgar tais benefícios e que tentemos conscientizar as autoridades de que a vida não é algo descartável, e que existem meios eficientes e humanos de preservá-la.
Mitos sobre a castração *
A castração deixa o animal gordo
Falso. A castração pode causar aumento do apetite, mas se a ingestão de alimento for controlada e o tutor não ceder às vontades do animal, o peso poderá ser mantido. Observa-se que animais castrados quando jovens, antes de completar 1 ano de vida, apresentam menos sinais de aumento de apetite e menor tendência a se tornarem obesos. A obesidade pós castração é causada, na maioria das vezes, pelo tutor e não pela cirurgia.
A castração deixa o animal bobo
Falso. O animal ficará letárgico após a castração apenas se adquirir muito peso. Gordo, ele se cansará facilmente e não terá a mesma disposição. A letargia é consequência da obesidade e não da castração em si. Os animais na fase adulta vão, gradativamente, diminuindo a atividade. Muitos associam erroneamente esse fato à castração.
A castração mutila o animal, é uma cirurgia cruel!
Falso. A cirurgia de castração é simples e rápida e o pós-operatório bastante tranquilo, principalmente em animais jovens. É utilizada anestesia geral e o animal já estará ativo 24 horas após a cirurgia. Não há nenhuma consequência maléfica para o animal que continuará a ter vida normal.
A castração evita câncer na fêmea
Verdadeiro. As fêmeas castradas antes de 1 ano de idade, têm chance bastante reduzida de desenvolver câncer de mama na fase adulta, se comparado às fêmeas não castradas. A possibilidade de câncer de mama é praticamente zero quando a castração ocorre antes do primeiro cio. A retirada do útero anula a chance de problemas uterinos bastante comuns em cadelas após os 6 anos de idade, cujo tratamento é cirúrgico, com a remoção do órgão.
Castrando os machos eles deixam de fazer xixi pela casa
Verdadeiro. Uma característica dos machos é demarcar o território com a urina. Se o macho, cão ou gato, for castrado antes de um ano de idade, ele não demarcará território na fase adulta. A castração é indicada também para animais adultos que demarcam território urinando pela casa. Nesse último caso, pode acontecer de animais continuarem a demarcar território mesmo após a castração, pois já adquiriram o hábito de urinar em todos os lugares.
Deve-se castrar a fêmea após ela ter dado cria
Falso. Ao contrário do que alguns pensam, a cadela não fica "frustrada" ou "triste" por não ter tido filhotes. Essa é uma característica humana que não se aplica aos animais. Se considerarmos a prevenção de câncer em glândulas mamárias, ela será 100% eficaz, segundo estudos, se feita antes do primeiro cio. O ideal é castrar o quanto antes.
* Adaptado do site Webanimal.